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domingo, 4 de novembro de 2007

Trazer a paz ou a espada?

NÃO VIM TRAZER A PAZ, MAS A ESPADA.
(Mat. 10.34)

Muitos estranham essas palavras de Jesus, de que Ele trouxe a espada, afirmando: “E o homem terá por inimigos os de sua casa.” Todavia, as dissensões ocorrem com freqüência entre pais e filhos, noras e sogras, irmãos, amigos, vizinhos que não se toleram. Por isso, podemos afirmar que os homens têm dificuldade em lidar com o amor, tentando se sobrepor um ao outro, provocando desamores e desuniões.
Ele antecipou que seus ensinamentos aborreceriam aos orgulhosos e aos egoístas, que fazem uso da força da ignorância para solução das diferenças com o próximo.
Está na hora de acordarmos para essa verdade, pois nova aurora desponta para a humanidade, a fim de reunir apenas os que querem aprender a amar.
A espada apresentada pelo Mestre representa simbolicamente o corte que sua doutrina veio fazer na história humana, mostrando a necessidade da renovação de nossas atitudes, através da adesão natural às leis de Deus. caso contrário, permanecendo com nossos abusos, continuaremos sob a ponta da espada que nos machuca, símbolo da lei do retorno, que nos devolve as conseqüências negativas de nossos ações. Esta lei faz parte das leis naturais, inscritas em nossas consciências, lembrando-nos da responsabilidade de nossas ações e reações diante dos outros, bem como diante dos acontecimentos da vida.
Muito antes de Jesus já conhecíamos a lei de talião: seremos feridos da mesma forma como ferimos o próximo. Hoje, conhecemos essa lei sob o nome de ação e reação – tudo que fizermos de bom ou de ruim, retorna a nós.
A justiça divina é condescendente conosco e estipula que multidões de nossos pecados, poderão ser perdoados, desde que nos arrependamos e busquemos a reparação pela prática do bem. Pagaremos pelos nossos pecados e erros, até o último centavo, com a possibilidade de quitá-los através de serviços de amor ao próximo.
A lei é sempre justa e, por pior que possam parecer nossas penas, não estão ausentes da bondade do pai. Muita gente estranha essa lei, achando-a rigorosa; e que deveria nos perdoar todas as faltas, proporcionando-nos uma felicidade imerecida. E o Pai perdoa muito, acreditemos, mas não tudo. Caso o Pai não fosse indulgente (como nós não somos), amenizando a cobrança, muitos de nós não teríamos força para suportar o retorno das próprias maldades.
Cada qual é responsável pelos seus atos e a lei da ação e reação é imutável e é aplicada rigorosamente. Cada ser humano deveria ter a certeza de que todos os dias estão plantando sementes. A escolha da qual será plantada é opcional (pode ser a do bem ou a do mal) mas, a colheita do que foi plantado, é obrigatória.
A balança da justiça, que o homem já conhece, é a do equilíbrio, dando a cada um o que lhe cabe na lei. Como nem todos os atos dos homens estão sujeitos à lei humana, e nem todos recebem o reparo que lhes cabe, a lei de Deus deve, necessariamente, cuidar de todos de maneira imparcial.
Não há castigo por parte de Deus, mas necessidade de depuração de nossa mente, limpando-a das ervas daninhas que semeamos nela própria, quando nos insurgimos contra o próximo. Nossas depurações não sem agradáveis. A espada que Jesus nos apresentou nos chama a atenção sobre a justiça divina, que não isenta, nem nós, nem ninguém da própria responsabilidade.
Na verdade, Jesus nos coloca à vontade para continuarmos com nossas dissensões, intolerâncias e exaltações, lembrando apenas, que responderemos por elas. Ele nos permite todas as aventuras possíveis, mas não nos livra das conseqüências, às vezes humilhantes. Estamos sujeitos a uma espécie de haraquiri (antigo ritual japonês, no qual o guerreiro, humilhado pelo fracasso de sua missão, se mata com a própria espada).
O objetivo das leis não é o nosso sofrimento, mas nosso crescimento como homens do bem e da paz, a partir de nossas escolhas das sementes que plantamos. A sua lei está inserida em nossos corações e a espada nos pertence – depende de nós guardá-la e reparar o mal cometido.
Em resumo, Jesus nos leva a refletir sobre como temos vivido no mundo: nem sempre justos, tolerantes, pacíficos, humildes e fraternos. Ele pede que nos amemos e nos tornemos amigos incondicionais, respeitando nossas diferenças e buscando sempre a paz da compreensão mútua. Não há o que estranhar – basta a boa vontade do entendimento tão raro ainda no Planeta, que acena com poderosa luz no horizonte.

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