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quinta-feira, 29 de novembro de 2007

teologia do sangue


"Jesus veio trazer um código de conduta moral que se chama Evangelho”

Quando estudamos a Bíblia precisamos saber separar história, cultura e ordenamento divino, ou seja, "separar o joio do trigo".

História - São estudos e narrações sistemáticas do passado, dos fatos sociais, econômicos, políticos; intelectuais, etc. considerados significativos concernentes aos acontecimentos de épocas distantes.

Cultura - Era o que povo acreditava, conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores morais e materiais, característicos de uma sociedade.

Ordenamento Divino - São as leis de Deus, morais e naturais, que se manifestam através de suas leis na natureza, que não se pode mudar de acordo com a nossa vontade, nem a Dele, senão não seria imutável. Por ser natural é considerada universal.

No passado os povos, com características evolutivas próprias, tinham sua cultura de acordo com o seu grau de entendimento e visão do mundo no qual viviam. Os judeus tinham como cultura religiosa os sacrifícios de animais, assim como hoje temos os seguidores do candomblé, pois acreditavam que o sangue derramado de uma vitima sacrificada pudesse aplacar a ira de Deus, como se Ele, em algum momento, pudesse ficar irado. O tempo passou, e no início do Cristianismo essa idéia foi incorporada à nova religião, porque já era costume das classes sociais fazerem isso. Paulo era judeu, converteu-se, mas continuou com as suas idéias a respeito dos sacrifícios judaicos, levando-as para o cristianismo. E como os escritos mais antigos do cristianismo, ou seja, do Novo Testamento, são os paulinos, as idéias influenciaram o cristianismo e essa cultura paga foi transformada em dogma pela igreja.

Notamos que isso fazia parte da cultura de um povo que, em relação a nós, viveu ha pelo menos 3.500 anos, e nada mais é que idéia própria, sem fundamento lógico, por serem ainda um povo muito primitivo. Hoje com a mentalidade mais amadurecida, podemos entender com toda a clareza que o suposto "sacrifício" de Jesus não faz sentido algum. Primeiro porque o sangue é um elemento biológico, constituído de plasma, hemácias, plaquetas, e glóbulos brancos - para cada quinhentos glóbulos vermelhos existe somente um glóbulo branco -, que faz a defesa do organismo, portanto, ainda que isso fosse verdade, quantos glóbulos brancos precisaríamos para defender toda a humanidade? Além de ser um elemento perecível como qualquer material orgânico, segundo, porque não pensa, logo, não pode agir sobre alguma coisa ou alguém. Então essa cultura ficou enraizada na mente das pessoas e fez com que elas aceitassem sem mesmo entender o porquê disso. Hoje sabemos que a crença do Sangue que Jesus derramando na Cruz para saldar dívidas não é verdadeira. Curioso e que na própria Bíblia encontramos vários versos que desmentem este dogma. Jesus morreu devido a ser o único homem que enfrentou a igreja, instituição esta que todos temiam. É obvio que com a crucificação o sangue teria de ser derramado, a menos que Jesus não tivesse sangue! Além disso, podemos observar que se a crença fosse verdadeira hoje o mundo estaria diferente, pois afirmam que este sangue redimiu a humanidade de pecados. Mas então por que existem mais pecados hoje que no passado? Nota-se que são inúmeras contradições e uma crença para ter credibilidade deve ter consistência, senão com o tempo cairá no descrédito.

Jesus não morreu para nos salvar dos pecados, ele foi morto devido ao fato de ser considerado um herege (diferente), uma morte por motivos políticos, mas com a influência cultural acredita-se até hoje nessa morte com conseqüência de redimir os pecados. Querer incutir essa idéia na mente das pessoas em pleno século XXI e o mesmo que ficar estacionado na evolução intelectual.

Jesus veio trazer um código de conduta moral que se chama Evangelho (boa nova), para que, através dos seus ensinamentos, possamos nos tomar pessoas melhores. Se Ele foi contra os sacrifícios de animais não poderia ser a favor do de pessoas, e Ele muito menos imolar-se-ia a nosso favor. Os teólogos ficam sem resposta em explicar este dogma que a própria realidade da vida nos mostra o contrário, e ao questionarmos obteremos duas respostas: uma seria o silêncio, a outra a famosa frase "Isso são os mistérios de Deus". Preferem aceitar isso como mistério do que como um erro teológico, já que não mudam a regra por mais errada que seja, nem por decreto.



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