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domingo, 4 de novembro de 2007

Platão (suas doutrinas)

PLATÃO, PRECURSOR DA DOUTRINA CRISTÃ E ESPÍRITA.

“O amor que adorna a natureza e fixa a sua morada onde encontra flores e perfumes... traz a paz aos homens, a calmaria aos mares, o silêncio aos ventos e o sorriso a dor.”

Política é um termo que as sociedades modernas herdaram dos antigos gregos, para os quais eles designavam a atividade dos homens que participavam do processo de tomada de decisões relativas ao interesse público. Atenas representava um ponto de convergência cultural, um centro de experiências sociais e políticas, onde se praticava pela uma vez na história dos povos um governo de caráter democrático, onde as funções públicas dos filósofos e oradores constituía importante instrumento de ação política. Durante a faze áurea da democracia ateniense, na pequena Ilha de Egina, próxima à capital grega, nasceu no ano de 428 aC. o célebre filósofo Platão.
Seu verdadeiro nome era Aristóteles, originário de “platys” (largo). O apelido Platão foi possivelmente conferido por um dos seus mestres. Descendente de Sólon, o grande legislador grego, membro de uma família aristocrática que tinha participação efetiva nos destinos políticos da Grécia, cresceu relacionado com as concepções democráticas da época. De temperamento gentil e interessado pelo belo, ainda jovem começou a estudar todas as artes de seu tempo, tendo conhecido bastante a música e a matemática. Amante dos esportes como todos os gregos de sua época, foi lutador, e participou dos jogos, obtendo significativas vitórias.
O acontecimento que mais marcou a juventude de Platão foi seu encontro, aos 20 anos, com Sócrates, mestre que, sem escola e sem livros, usando apenas o diálogo, levava seus discípulos ao conhecimento de si mesmos, do bem e das virtudes, ao mesmo tempo que abalava preconceitos e falsos valores. Com ele, Platão teria convivido durante 8 anos, iniciando-se na filosofia. Acusado de corromper os jovens, Sócrates foi condenado à morte (399 aC.). Esse acontecimento revelou a Platão as profundas falhas de um sistema político que fazia desaparecerem “o mais sábio e o mais justo de todos os homens.” Tornara-se evidente que a democracia grega deveria passar por profundas reformulações.
Após a morte do mestre, que lhe causou profundo abalo, Platão viajou alguns anos por algumas partes da Itália e esteve no Egito, onde entrou em contato com grandes revelações e os ritos de iniciação, pois a tradição egípcia era considerada a base e a mãe de toda sabedoria. visando concretizar seu projeto de educar o cidadão para a vida política, regressou à Grécia e nos Jardins de Acádemo, pequeno bosque perto de Atenas, instalou a “Academia”, que exerceria uma profunda influência em toda vida cultural grega. Lá, opondo-se aos sofistas (mestres de oratória), implantou seu pensamento e seu método de ensino, voltado para a “busca da verdade”.
Para concretizar seu projeto de educar o cidadão para a vida política, Platão dedicou-se ao exercício do magistério filosófico, até sua morte, ocorrida em 348 aC., aos 80 anos. Superando progressivamente as proposições da filosofia Socrática, foi formulando sua concepção Platônica, culminando com a elaboração de seu próprio sistema, que se tornaria o primeiro sistema completo de filosofia espiritualista produzido pelo pensamento humano. Contida nos “Diálogos”, obra literária de admirável profundeza, esses diálogos nasceram dos ensinamentos do mestre Sócrates, que sempre se esforçou para vir à luz as idéias que seus discípulos traziam dentro de si.
Em número de 28, os diálogos versam sobre psicologia, moral, estética, política e metafísica. Os principais são: O Fédon, O Sofista, O Pitágoras, O Górgias, O Baquete, A República, As Leis, etc. Os diálogos têm por coroamento a teoria das idéias, ponto central do idealismo Platônico. O filósofo atribuía às idéias a origem do mundo físico para cada objeto que está no mundo visível existe uma idéia da qual ela deriva; está no espírito de todo homem antes de seu nascimento e lhe permite conceber a realidade.
Ao olhar um sistema filosófico assentado na teoria das idéias, Platão legou à humanidade um modelo político, estabelecendo um paralelismo entre a moral e a política, com base na justiça. Segundo o filósofo, para se estabelecer um Estado político perfeito é necessário compreender e colocar em prática a justiça, virtude desenvolvida numa sociedade igualitária, onde os cidadãos, homens e mulheres, desempenham conscientemente suas funções harmonicamente. Platão foi o primeiro filósofo que vislumbrou a necessidade de um direito internacional para limitar os conflitos entre os Estados. Esse idealismo Platônico sobrevive até os tempos modernos.
O sistema filosófico de Platão também influi deforma decisiva na teologia do Cristianismo primitivo. Muitos séculos antes da vinda de Jesus, as idéias cristãs já foram pressentidas e Sócrates e Platão foram os seus principais precursores. Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou pelo menos nada deixou escrito, e combate as crenças tradicionais. Da mesma forma que o mundo só conheceu a Doutrina do Cristo pelos escritos de seus discípulos, também conheceu a filosofia de Sócrates através da escrita do discípulo Platão. Posteriormente, Santo Agostinho, grande admirador da obra Platônica, realizou a síntese entre Platonismo e os dogmas. Nela são verificadas tendências do grande filósofo grego.
Em sua época, Platão já revelava cuidado especial com a alma. Para ele o homem é uma alma encarnada que, pelo esforço próprio, no decorrer das sucessivas encarnações, passa por diferentes graus até atingir a elevação. O sábio conhecimento das grandes verdades que solidifica as virtudes e ilumina as imperfeições e a prática do amor universal, unindo todos pelo sentimento da fraternidade, contribui para a formação das consciências – ato de conhecer a si mesmo. Essa concepção Platônica inspirou diversas Escolas espiritualistas e preparou o caminho para o espiritismo .
As várias etapas do conhecimento estão metaforizadas na obra República através da Alegoria da Caverna, escrita em homenagem a Sócrates. Com muita inspiração, o filósofo Platão descreve o itinerário do homem saindo da caverna onde estivera prisioneiro, o esforço feito, os diversos graus de sombra e luz porque passa, que simbolizam os diversos graus de conhecimento, até olhar diretamente o sol, fonte de toda luz, símbolo do último grau na ascensão da alma quando se torna um homem liberto. Após conhecer o sol retorna, mas na condição de guia, para auxiliar outros a chegarem lá.

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