Adicção, A.A., N.A., Doze Passos, Reflexões, Literatura, Clínica, Comunidade, Espiritualidade

TEMAS SOBRE ALCOÓLICOS E NARCOTICOS ANONIMOS, DOZE PASSOS, REFLEXOES, CLINICAS, COMUNIDADES, ESPIRITUALIDADE. ESPERO COM ESSAS MATERIAS, ESTAR COLABORANDO COM ALGUEM, EM ALGUM LUGAR, EM ALGUM MOMENTO DE SUA VIDA !

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

notas interessantes 2


Nunca falamos em viciado, mas em dependente ou alcoólatra. Não falamos em cura, mas em recuperação, pois estamos sempre desenvolvendo nosso estilo de vida. Evitamos a palavra terapeuta e adotamos conselheiros. Um dependente internado em um centro de tratamento é designado de residente, não paciente. Isto tem a vantagem óbvia de colocar a responsabilidade na mudança de comportamento nas mãos do dependente e não em algo que o profissional vai resolver como remédio.

A idéia de perfeição era demais para os recuperandos em Alcoólicos Anônimos; e, como se lê em um de seus livros, “pretendemos o progresso espiritual em vez da perfeição espiritual”.

Baterson alega que o alcoólatra acaba num relacionamento simétrico com o álcool, fato que, ao contrario de ajudar, só agrava as coisas.
A articulação entre o álcool e a familiaridade que cria entre amigos é um relacionamento simétrico saudável. Um estimula o outro.
Porém, ao entrar no vício, o alcoólatra estabelece um relacionamento simétrico com a garrafa (“posso deixar quando quero”) e com os amigos (“aceita nosso conselho e não bebe”). Na realidade, não bebe e aceita os conselhos dos amigos por algum tempo, melhorando assim seus relacionamentos. Mas permanece um relacionamento simétrico com a garrafa e os amigos, que continuam exercendo sobre ele tal pressão que agora ele tem de provar que pode controlar a bebida. Tenta, e assim o ciclo começa novamente. Suas tentativas de controlar a bebida e os conselhos dos amigos estão deixando-o num ciclo vicioso de complicação, não de ajuda.
Baterson acha que o segredo dos doze passos é tirar o alcoólatra de um relacionamento simétrico, fazendo com que adote um relacionamento complementar (a atividade de um estimula o outro, mas não depende do outro para se manter). Em suas palavras.
Em resumo, o relacionamento entre alcoólatra e seu “outro”, real ou fictício, é claramente simétrico e progressivo. Sempre escalando. Nós vamos ver a conversão religiosa do alcoólatra quando salvo por Alcoólicos Anônimos pode ser descrita como uma mudança de hábitos simétricos para uma visão quase puramente complementar do relacionamento com outros, ou universo ou Deus.

Não tenha medo de que sua vida vá terminar, mas sim de que ela nunca tenha começado. A tragédia da dependência não está nos problemas sociais que cria, mas nas vidas não vividas.

Vivemos num país com origens e tradições cristãs – tradições sujeitas a brigas de seitas e à indiferença. Mas as tradições cristãs continuam firmes no Brasil. É difícil perceber como nossa cultura e idioma são imbuídos de valores e costumes cristãos até conhecermos outras culturas não cristãs, como no oriente.
Kurtz aponta como foi difícil apelar a pessoas religiosas e ao mesmo tempo não isolar pessoas que eram contra a religião nesse clima de religiosidade. Conseguiram isso principalmente por meio da frase nos doze passos: “Deus, na forma em que O concebíamos”.



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