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domingo, 4 de novembro de 2007

Evangelho (não basta só ler)

NÃO BASTA SÓ LER O EVANGELHO

Para bem compreender certas passagens dos evangelhos, é necessário conhecer o valor de muitas palavras que são freqüentemente empregadas no texto. A compreensão de sua significação explica também o verdadeiro sentido de certas máximas que a primeira vista parecem estranhas.
A expressão Evangelho vem do grego “Evangeliou” que significa “boa nova, boa notícia, bom anúncio”. Esta novidade no então mundo organizado pela civilização greco-romana e nas civilizações periféricas e desorganizadas, como a hebraica, a assíria e outras, se concretiza justamente pela palavra e ação de Jesus, formando um conjunto de livros chamados “Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.” É o chamado Novo Testamento, ou seja, o testamento da boa nova, ou da boa notícia trazido pelo Mestre. O chamado Velho Testamento refere-se ao conjunto de livros copilados dos povos hebreus. Contudo, Jesus nada escreveu: somente entre os anos 60 a 80 dC. foi que apareceu as primeiras narrações da palavra e a ação de Jesus Cristo, chamado de Evangelho de Marcos, as mais antigas, que se completou com o Evangelho de João, entre 98 a 100 dC.
Na verdade, quando Jesus solicitava aos discípulos que “acreditassem nas boas novas, reportava as boas notícias para os povos humildes” do vasto império romano, do poder militar que se reunia ao poder religioso hegemônico da religião hebraica. Estas boas notícias que trazia aos humildes eram o advento do Reino de Deus e a libertação dos povos, informando que a mesma estava próxima. Em outras palavras, o advento do mundo espiritual, da libertação das doenças, grandes flagelos da antigüidade, e da redenção do homem material que estava sob o domínio e das questões político-econômicas e religiosas, do império romano e da religião hegemônica da época.
Os evangelhos contêm parábolas. Jesus falava e agia com os discípulos muitas vezes por meio de parábolas, quer dizer, por meio de alegorias que ocultavam uma verdade importante para os homens daquela época, os quais não podiam compreender a verdade, como a existência do mundo espiritual, chamada, na época de Reino de Deus. Portanto, as palavras de Jesus eram dirigidas aos homens de todas as épocas, e não tão somente para aqueles povos no longínquo do Oriente Médio. E isto somente poderia se expressar por meio de alegorias, de parábolas.
Posteriormente, diversas interpretações dos textos do Novo Testamento foram acrescentadas em outros livros religiosos de diversas correntes: católica, protestante, espírita etc. autores atuais procuram desenvolver as parábolas através de comentários contemporâneos, inclusive, aplicado à vivência diária, e, em relação à própria sociedade brasileira.
Neste sentido, podemos afirmar que a pedra de alicerce da religião cristã se assenta e fundamenta na boa nova, que seria uma nova religião.
A Bíblia como um todo, foi na verdade, elaborada num passado distante, há mais de dois mil anos, para falar mais ao coração do homem sofrido e humilde daquela época, e não para explicar as palavras de Jesus, pela razão que foi o objetivo da filosofia, surgida muito posteriormente, na civilização cristã, provinda da civilização egípcia. E é neste sentido bíblico que diversas religiões, com seus autores clássicos e os atuais, procuram entender o Evangelho interpretando, através de análise das parábolas e pela reflexão filosófica unida à fé.
O Evangelho é vasto caminho ascensorial: muitos presumem haver alcançado o termo da lição do Mestre, com a simples leitura. A mensagem do Cristo, contudo, precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida.

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