DOZE PASSOS COMPILADOS (AA+NA)
Passo Um. “Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis. ”
Impotência significa nos drogarmos contra a
nossa vontade. Se não conseguimos parar, como podemos nos iludir dizendo que
controlamos? Quando dizemos que “não temos escolha”, mostramos a incapacidade
de parar de usar. A escolha certa é não tentar justificar nosso uso. Não
chegamos a Alcoólicos Anônimos cheios de amor, honestidade, boa vontade e mente
aberta. Chegamos com dor física, mental, moral e espiritual. Ao nos sentirmos
derrotados, estamos prontos. A adicção afeta negativamente todas as áreas de
nossas vidas. É até um alívio descobrir que temos uma doença, e não uma
deficiência moral. O alicerce do programa de Alcoólicos Anônimos é a admissão
de questões, por nós mesmos, não temos poder sobre a adicção. Quando aceitamos
isso, completamos a primeira parte do passo um. Precisamos fazer uma segunda
admissão para completar nosso alicerce. Somos mestres em manipular a verdade.
Dizemos de um lado: “sim, sou impotente perante minha adicção”, e por outro
lado, “quando acertar minha vida, poderei lidar com as drogas”. Nunca ocorreu
nos perguntar: “se não podemos controlar a adicção, como podemos controlar
nossas vidas?”. Nossas vidas não se tornam controláveis por conseguirmos
emprego, sermos aceitáveis socialmente e com o retorno aos familiares.
Aceitação social não significa recuperação. Quando damos o melhor de nós,
começamos a ver que cada dia limpo é um dia bem sucedido, não importa o que
aconteça. A rendição significa que não temos mais que lutar. Aceitamos a nossa
adicção e a vida como ela é. Parece assustador termos que aceitar que só sobre
a admissão da completa derrota é que construiremos o alicerce nossas vidas.
Quando admitimos nossa impotência e incapacidade de controlar nossas vidas,
abrimos a porta para que um Poder Superior nos ajude. Não é onde estávamos que
conta, mas para onde estamos indo.
Passo Dois. “Viemos a acreditar que um Poder Maior do que nós poderia devolver-nos à sanidade. ”
O primeiro passo deixou um vazio em nossas vidas. Precisamos encontrar alguma
coisa para preencher esse vazio. Esse é o propósito do segundo passo. Ajudá-lo
a preencher o vazio com fé e sanidade. Quando chegamos ao programa, muitos de
nós percebemos que voltaram a usar inúmeras vezes, mesmo sabendo que estavam
destruindo suas vidas em todos os sentidos e a caminho da morte. A insanidade
mais óbvia da doença da adicção é a obsessão de usar drogas. Insanidade é
repetir os mesmos erros, esperando resultados diferentes. “Por favor, me dê um
ataque do coração ou um acidente fatal”. Se você acha que isso seria insano de
sua parte pedir a alguém que lhe desse isso, então você não deverá ter qualquer
problema com o segundo passo. Paramos de usar drogas, agora temos uma dor e um
vazio; passamos a buscar um Poder maior que nós para aliviar nossa obsessão de
usar. Começamos a desenvolver este relacionamento simplesmente admitindo a
possibilidade de um Poder maior do que nós. A nossa compreensão de um Poder
Superior fica a nosso critério. Ninguém vai decidir por nós. Pode ser o grupo,
o programa ou Deus. Importa que seja amoroso e maior que nós. Não precisamos
ser religiosos para aceitar essa ideia, basta ter a mente aberta para
acreditar. Falamos e ouvimos os outros. Elas estão se recuperando, começamos a
ver evidências de um Poder que não podia ser explicado completamente. Podemos
usar este Poder muito antes de compreendê-lo. Vendo os benefícios que acontecem
em nossa vida, a aceitação se transforma em confiança, e passamos a nos sentir
a vontade com nossa Poder Superior como fonte de força. Assim começamos a
superar nosso medo da vida. Acreditar devolve-nos à sanidade, e a força para
agir positivamente vem dessa crença.
Passo Três. “Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira que o compreendíamos”.
Como adictos várias vezes entregamos nossa
Vontade, e nossas vidas a um poder destrutivo que são as drogas. Em Alcoólicos
Anônimos, decidimos entregar nossas vidas e nossas vontades aos cuidados de
Deus, da maneira como nós O compreendemos. Este é um passo gigantesco. Não
envolve religião. Basta ter voa vontade de abrir a porta para nosso Poder
Maior, que funciona para nós e nos dá aquela força para nos manter limpos. O
direito a um Deus, da maneira que você compreende, é total e irrestrito, por
isso precisamos ser sinceros com Ele, se quisermos crescer espiritualmente.
Nossa satisfação de entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus,
da maneira que O compreendemos, é que fomos nós que decidimos; não foram as
drogas, nossas famílias, uma autoridade, um juiz, um terapeuta ou um médico.
Fomos nós que decidimos! Pela primeira vez, desde aquela primeira onda, tomamos
uma decisão por nós mesmos. Decisão implica ação. Esta decisão é baseada na fé.
A ação vem quando dizemos “tome minha vontade e minha vida. Oriente-me na minha
recuperação. mostre-me como viver.” Nós devemos nos render à vontade de nosso
Poder Superior calmamente, e deixá-lo cuidar de nós; nossos medos são
diminuídos e a fé começa a crescer. Passamos a apreciar a vida limpa, sentir
que não podemos parar no programa espiritual; queremos tudo que pudermos
conseguir.
Passo Quatro. “Fizemos um profundo e destemido inventário moral de nós mesmos”.
O
propósito é arrumar a confusão e a contradição de nossas vidas. Precisamos
descobrir quem realmente somos. Ficamos receosos, pois pode haver um monstro
dentro de nós que, se for libertado, irá nos destruir. Fomos mestres em autoengano e racionalizações. Um inventário escrito, além de nos fazer superar
estes obstáculos vai desvendar parte do nosso subconsciente. E a auto avaliação honesta é uma das chaves de nossa nova maneira de ser e viver. Escrevendo sobre
o nosso passado, até o presente, descobrimos que não éramos tão maravilhosos
nem tão terríveis quanto imaginávamos. O objetivo do quarto passo, não é um
sofrimento emocional, é tentar nos libertar de padrões velhos e inúteis. Damos
o quarto passo para ganhar força e discernimento. Estivemos nos debatendo por
muito tempo, sem chegar a lugar nenhum. Começamos agora o quarto passo
sentindo-nos bem pelo privilégio de podermos fazer o que nos é o melhor
possível no momento e sem nenhum medo. Nosso passado era como um fantasma preso
no armário. Tínhamos medo de abri-lo, pois não sabíamos o que o fantasma faria.
Mas agora não estamos sozinhos. Temos o grupo, o padrinho, o Poder Superior ao
nosso lado. Devemos escrever sobre tudo: experiências, culpa, vergonha,
remorso, auto piedade, ressentimentos, raiva, depressão, frustrações,
confusões, solidão, ansiedade, deslealdade, desesperança, fracasso, medos e
negação. O que nos incomoda aqui e agora. Escrever também as coisas boas que,
agora limpos, julgamos ter: ter mente aberta, consciência de Deus, honestidade,
aceitação, ação positiva, partilhar, ter boa vontade, coragem, fé, carinho,
gratidão, gentileza e generosidade. Examinando nossa atuação passada e nosso
comportamento presente, vamos ver o que queremos manter e o que queremos
descartar. O inventário torna-se um alívio, pois a dor de fazê-lo é menor do
que a dor de não fazê-lo. Quando as questões cotidianas surgem, escrevemos
sobre elas e através desse mecanismo, ficamos serenos, pois sabemos como
resolver a vergonha, a culpa ou o ressentimento.
Passo Cinco. “Admitimos a Deus, a nós mesmos e a outro ser humano a natureza exata de nossas falhas.”
É sugerido que admitamos a Deus, a nós mesmos e a outro ser
humano a natureza exata de nossas falhas. Essa admissão deve vir dos nossos
próprios lábios e não se trata de uma simples leitura do quarto passo. Seria
trágico escrever tudo e depois jogar numa gaveta. Estes defeitos crescem no
escuro e morrem à luz da exposição. Não precisamos nos sentir rejeitados por
revelar a outro nossos segredos, os adictos de Alcoólicos Anônimos nos
entendem. Devemos escolher bem a pessoa que vai nos ouvir (padrinho); temos que
ter a certeza de sua integridade e confiança em sua discrição. Não esconda nada
sobre seu passado, pois assim a vergonha será superada, e podemos evitar culpa
futura. À medida que partilhamos este passo, o padrinho também partilha um
pouco da sua história. Descobrimos que não somos os únicos. Através da
aceitação do nosso confidente, que podemos ser aceitos como somos. Onde antes
tínhamos teorias espirituais, começamos a gora a despertar para a realidade
espiritual.
Passo Seis. “Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse estes defeitos de caráter.”
O que nós batalhamos no passo seis é a boa vontade. Abrir um pouco
a mão dos defeitos de caráter deve ser fruto de uma decisão. Até agora era mais
cômodo nos apegarmos aos medos, aversões, dúvidas, auto aversão, ódio,
desonestidade, egoísmo, auto piedade. Agora, limpos, vemos que se não somos
humildes, somos humilhados. Nossos defeitos sugam todo o nosso tempo e energia.
Começamos a ansiar pela nossa libertação destes defeitos. Rezamos ou ficamos
dispostos, prontos e capazes de deixar que Deus remova estes traços
destrutivos. Devemos entrar em contato com os velhos defeitos com a mente
aberta. Ainda conscientes deles, continuamos a cometê-los. Quando vemos a existência
destes, e o aceitamos, podemos abrir mão dos defeitos ou maus hábitos, e
continuar nossa vida. Aprendemos que estávamos crescendo, quando cometemos
novos erros, em vez de repetir os velhos. Devemos ser realistas, não alimentar
fantasias. Este é um passo de boa vontade. O passo seis ajuda-nos a caminhar
numa direção espiritual. Por sermos humanos, nós nos desviaremos do caminho. A
rebeldia nos assalta neste ponto. Não percamos a fé quando ficarmos rebeldes.
Podemos duvidar que Deus ache justo nos aliviar, ou podemos achar que algo vá
dar errado. Prontificamo-nos a deixar que nossos defeitos sejam removidos.
Neste momento é importante saber que gradualmente, Deus vai removê-los, é
preciso de nossa parte ter fé, humildade e aceitação assim, a boa vontade se
transformar em esperança. Talvez, pela primeira vez, tenhamos uma visão
amadurecida de nossa vida.
Passo Sete. “Humildemente pedimos a Ele que removesse nossos defeitos de caráter.”
Os
defeitos de caráter são as causas da dor e do sofrimento das nossas vidas. A
humildade é o ingrediente principal do passo sete. A humildade resulta de
seremos mais honestos conosco, ou seja, aceitar e tentar, honestamente, sermos
quem somos. Quando na ativa, todo nosso desejo era satisfazer nossos desejos
materiais. Espirituais sequer existiam. O sétimo passo é de ação, chegou a hora
de pedirmos a Deus ajuda e alivio. Não podemos ficar na defensiva; quando algum
companheiro nos apontar um defeito, se quisermos realmente ser livres,
ouviremos atentamente. Se após isso, eles forem reais, e tivermos oportunidade
de nos livrar deles, certamente experimentaremos uma sensação de bem-estar.
Devemos trabalhar este passo sem reservas, na base da pura fé, pois estamos
cansados do que temos feito e sentido. Se algo está funcionando para você, vá
com ele até o fim. Esta é a estrada para o crescimento espiritual. Vamos
mudando dia-a-dia e com cuidado, saímos do isolamento e da solidão da adicção e
entramos na corrente da vida. É o resultado de nossa ação e oração. Devemos
sair de nós mesmos e lutar para alcançar a vontade do nosso poder superior. A
humildade é essencial, pois muitas vezes, Deus se manifesta através daqueles
que se importam com a recuperação, ajudando-nos a tomar conhecimento dos nossos
defeitos de caráter até então desconhecidos.
Passo Oito. “Fizemos uma lista de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e dispusemo-nos a fazer reparações a todas elas.”
O passo oito é o teste da nossa
recém-encontrada humildade. O oitavo passo não é fácil, inicia o processo do
perdão: perdoamos aos outros, possivelmente somos perdoados e, finalmente, nós
nos perdoamos e aprendemos a viver no mundo. Estamos prontos para compreender
que ser compreendidos. Podemos viver e deixar viver mais facilmente. Na
preparação da lista de pessoas é importante definir o que seja “prejudicar”:
uma definição de prejuízo é dano físico ou mental. Outra é causar dor,
sofrimento ou perda. Pode ser causado por algo que seja dito, feito ou deixado
de fazer. Podemos ter prejudicado com palavras ou ações, internacionais ou não.
Este passo nos confronta com um problema: não admitimos que prejudicamos a
outro por nos julgarmos a nós como vítimas de nossa adicção. É crucial evitar
esta racionalização. Temos que separar o que fizeram conosco, com o que fizemos
com os outros. Temos que admitir que prejudicamos outras pessoas. Como em todos
os passos, devemos ser profundos. Portanto vamos fazer uma lista e nos dispor.
Esse passo nos ajuda a criar uma consciência de que estamos, aos poucos,
ganhando novas atitudes em relação a nós mesmos e no trato com as outras
pessoas. Nosso futuro é modificado, porque não temos que evitar as pessoas que
prejudicamos. Recebemos uma nova liberdade que pode por fim ao isolamento. O
oitavo passo é de ação, de perdoar e pedir perdão e como todos os passos
oferece benefícios imediatos.
Passo Nove. “Fizemos reparações diretas a tais pessoas, sempre que possível, exceto quando fazê-lo pudesse prejudicá-las ou a outros. ”
Às vezes, o orgulho, o medo
e a procrastinação (deixar para depois) parecem barreiras intransponíveis,
obstruem o caminho do progresso e do crescimento. O importante é partir para
ação, e estarmos prontos para aceitar as reações das pessoas que prejudicamos.
Devemos fazer a reparação quando surgir a oportunidade, exceto quando fazê-la
possa causar mais prejuízo. Mas jamais devemos deixar de fazer as reparações,
por medo, constrangimento ou procrastinação. Aprender a viver bem, é em parte,
aprender, a saber, quando precisamos de ajuda. Fazemos nossa parte para
resolver velhos conflitos através das reparações. Queremos desviar de mais
antagonismos e de contínuos ressentimentos. Cada caso é um caso e vai exigir um
extremo bom senso de nossa parte, para não agravarmos mais ainda a situação. É
como pisar em ovos, mas teremos que fazê-lo. Às vezes a única reparação que
podemos fazer, é nos mantermos limpos. Devemos isso a nós mesmos e as pessoas
que amamos. Às vezes, a única maneira é contribuirmos para a sociedade ajudando
outros adictos a se recuperarem. Muitos de nós, que estiveram separados de suas
famílias, reatamos. O tempo fala por si. A paciência é importante em nossa
recuperação. Para cada atitude positiva nossa, haverá uma oportunidade
inesperada. Com muita coragem e fé, o resultado das reparações será muito
crescimento espiritual.
Passo Dez. “Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.”
O passo dez nos liberta dos destroços do nosso
presente. Temos que continuar atentos. Em Alcoólicos Anônimos aprendemos que se
usarmos, perdemos. Da mesma forma, não sentiremos tanta dor, se pudermos evitar
aquilo que nos causa dor. Continuar a fazer um relatório diário, sobre nossas
atitudes, sentimentos, relacionamentos é o que chamamos de “inventário
relâmpago”. Somos criaturas de hábitos. Às vezes parece mais fácil continuar no
velho trilho da autodestruição do que tentar uma nova rota, aparentemente
perigosa. O décimo passo nos ajuda a evitar os velhos padrões e nos ajuda a
corrigir nossos problemas com a vida, e evitar que se repitam. Quando durante o
dia, deixamos problemas não resolvidos, eles tendem a velha insanidade.
Escrevendo sobre como foi nosso dia, podemos nos perguntar: estamos sendo
arrastados para os velhos padrões de raiva, ressentimento ou medo. Sentimo-nos
encurralados? Estamos arranjando problemas? Estamos muito famintos? Raivosos,
solitários ou cansados? Estamos nos levando muito a sério? Estamos julgando
nosso interior pela aparência exterior dos outros? Estamos sofrendo de algum
problema físico? As respostas a essas perguntas podem nos ajudar a lidar com as
dificuldades do momento. Não precisamos mais viver com uma sensação de
mal-estar, temos o grupo de Alcoólicos Anônimos para nos auxiliar. Para fazer
este inventário diário, a primeira coisa que fazemos ao final do dia é parar! Depois
nos damos um tempo e nos permitimos o privilégio de pensar. Examinamos nossas
ações, reações e motivos. Assim reconhecemos possíveis erros antes que se
agravem. Precisamos evitar racionalizações. Prontamente admitimos nossos erros,
não os justificamos. Precisamos deste passo, mesmo quando nos sentimos bem e
quando as coisas estão dando certo. Os sentimentos bons são coisa nova para
nós, e precisamos nutri-los. Os bons momentos também podem ser uma armadilha;
corremos o perigo de esquecer que a nossa primeira prioridade é nos mantermos
limpos. Não justificamos mais a nossa existência. Este passo permite que
sejamos nós mesmos.
Passo Onze. “Procuramos, através de prece e meditação, melhorar o nosso contato consciente com Deus, da maneira como nós O compreendemos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e o poder de realizar esta vontade.”
Nosso estado espiritual é o alicerce de uma recuperação bem sucedida,
que oferece crescimento ilimitado. Nossa crença determinará a maneira como oramos
ou meditamos. Só precisamos da certeza de que temos um sistema de crença que
funcione para nós. Usamos este passo para melhorar e manter o nosso estado
espiritual, além de melhorar a capacidade de usar nosso Poder Superior como
fonte de força em nossa vida. Assim, fica bem mais fácil dizermos “seja feita a
Sua vontade, não a minha”. Deus não vai nos impor a sua bondade, mas poderemos
recebê-la se pedirmos. A moralidade forçada não tem o poder que vem a nós
quando escolhemos uma vida espiritual. A maioria de nós reza, quando está com
dor. Aprendemos que, se rezarmos com regularidade, não sentiremos dor com tanta
frequência ou com tanta intensidade. A meditação permite que nos desenvolvamos
espiritualmente da nossa própria maneira, livres de vínculos religiosos ou
filosóficos. Algumas coisas que não funcionavam para nós no passado, poderão
funcionar hoje. Temos um novo olhar a cada dia, com a mente aberta. Sabemos que
se rogarmos a vontade de Deus, receberemos o que for melhor para nós,
independente do que pensamos. Orar é comunicar nossas preocupações ou
agradecimentos a um Poder Superior. Para alguns, oração é pedir a ajuda de
Deus; meditação é escutar a resposta de Deus. Rezamos para que Deus nos mostre
a Sua vontade, e para que nos ajude a realizá-la. Se rogarmos a Deus que remova
quaisquer influências que nos distraiam de nossa recuperação, a qualidade de
nossas preces geralmente melhora e sentimos a diferença. Através da prece,
buscamos o contato consciente com nosso Deus. Na meditação, alcançamos este
contato. Nos momentos tranquilos de meditação, com a mente sossegada e calma, a
vontade de Deus pode tornar-se evidente para nós e nos trazer uma paz interior
que nos põe em contato com o Deus dentro de nós, e nos leva ao equilíbrio
emocional. A vontade de Deus para nós torna-se a nossa própria verdadeira
vontade. Isto acontece de uma maneira intuitiva, que não pode ser adequadamente
explicada em palavras. Começamos a sentir vontade de deixar que os outros sejam
quem são sem precisarmos julgá-los. Perdemos a urgência de controlar as coisas.
Sabemos que Deus nos deu tudo aquilo que precisamos para o nosso bem-estar
espiritual, independente do que o dia nos trouxe. Respeitamos as crenças dos
outros. Nós o encorajamos a procurar força e orientação de acordo com a sua
crença. Com uma atitude de rendição e humildade, retomamos este passo,
repetidamente, para recebermos a dádiva do conhecimento e da força do Deus da
nossa compreensão.
Passo Doze. “tendo experimentado um despertar espiritual, como resultado destes passos, procuramos levar esta mensagem a outros adictos e praticar estes princípios em todas nossas atividades.”
Existe um princípio espiritual de dar
aquilo que nos foi dado em Alcoólicos Anônimos, para podermos mantê-lo. Ao
ajudarmos os outros a se manterem limpos, desfrutamos o benefício da riqueza
espiritual que encontramos. Temos de dar livremente e com gratidão o que nos
foi dado livremente e com gratidão. As mudanças nos tornam mais capazes de
viver segundo princípios espirituais, e de levar a nossa mensagem de
recuperação e esperança, ao adicto que ainda sofre. Em Alcoólicos Anônimos um
despertar espiritual, inclui o fim da solidão e um sentido de direção nas
nossas vidas. Para mantermos a paz de espírito, nós nos esforçamos para viver o
aqui e agora acompanhado por um crescente interesse pela recuperação dos
outros. Partilhar esta nova dádiva que recebemos com os adictos que ainda
sofrem, é o melhor seguro contra uma recaída na tortuosa existência do uso. É
um privilégio responder a um apelo de ajuda de outro adicto em recuperação.
Lembremos sempre, que já estivemos no abismo do desespero. Às vezes, o poder do
exemplo é a única mensagem necessária. Evitemos dar conselhos, a mensagem
simples e honesta de recuperação da adicção soa verdadeira. Mantendo-nos
limpos, começamos a praticar princípios espirituais como esperança, rendição,
aceitação, honestidade, mente aberta, boa vontade, fé, tolerância, paciência,
humildade, amor incondicional, partilhar e interesse. Espiritualmente
revigorados, estamos contentes por estarmos vivos. Sim, somos uma visão de
esperança. Somos exemplos de que o programa funciona. A felicidade que temos em
viver limpos é uma atração para o adicto que ainda sofre.
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