Autoridades de todo mundo estão preocupados, não só com os limites do tráfico de drogas, mas também com o perfil do usuário que se tem delineado nos últimos anos.
No Brasil, a maconha é a droga ilícita mais tolerada pelos mais diversos setores.
Entre as maiores escolas particulares do país, o número de expulsões relacionadas com o uso de maconha baixou; hoje, em apenas um de cada 10 casos o estudante é convidado a se desligar do estabelecimento, mais exatamente quando fuma dentro das dependências escolares.
No ranking do consumo de drogas, a maconha vem quilômetros a frente do crack, da cocaína, da heroína e do ecstasy. O dado mais impressionante, no entanto, é outro. Conforme uma tendência também observada em outros países, esse aumento é maior entre adolescentes e jovens na faixa dos 16 aos 18 anos. Consta que 13% dos jovens fazem uso da maconha no Brasil.
Há uma banalização do vício. A tolerância com o álcool e o cigarro produziu o fenômeno do “cigarrinho” e da “cervejinha”. Hoje há quem use a expressão “baseadinho”.
Preocupa ainda mais a atitude oficial de vários governos que se propõem em resolver o problema radicalmente de forma repressiva, como aconteceu na chamada “cracolândia”, reduto de traficantes e dependentes de crack no centro de São Paulo. Deve-se criar centros educativos para suprir o papel da droga na vida dos dependentes, tratando-os, por conseguinte, como uma questão social.
Ainda que o quadro seja extremamente agressivo e preocupante, na verdade os programas oficiais pouco ou nada contribuem para resgatar o dependente à sua condição humana, incutindo-lhe dignidade, autoestima, respeito, amor pela vida própria e alheia. Há ainda, entraves burocráticos que não permitem internações compulsórias e dessa forma, muito pelo contrário, prejudicam o dependente, mantendo-o na linha da convivência com o vício, a fim der evitar riscos maiores, como se o mantivessem no túnel da morte, porém, diminuindo o processo de aceleração. Morte lenta e gradual parece ser a regra.
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