Antes
de ficarmos entusiasmados demais com a perspectiva de concluir os doze passos,
devemos nos conscientizar do contrário – ainda não terminamos. Não apenas
continuaremos praticando os princípios espirituais de todos os doze passos, o
que muitos de nós chamam de “viver o programa”, como revistaremos, formalmente,
cada um deles, provavelmente muitas vezes durante nossas vidas. Alguns de nós
começam imediatamente a trabalhar os passos de novo, com a perspectiva
adquirida em nossa jornada até então. Outros esperam algum tempo ou se
concentram em certos aspectos dos passos seja como for, o que importa é que,
toda vez que nos sentirmos impotentes perante nossa adicção, sempre que mais
for revelado sobre nossas falhas ou pessoas a quem prejudicamos, os passos estão
disponíveis como nosso caminho para a recuperação. Devemos nos sentir bem com
relação ao que fizemos. Percorremos, em muitos casos pela primeira vez, um
caminho até o fim. Isto é uma grande conquista, algo de que devemos nos
orgulhar.
De
fato, uma das recompensas de trabalhar o programa de A.A. e/ou N.A. é descobrir
o quanto nossa autoestima tem crescido. Descobrimo-nos participando da
sociedade. Podemos realizar ações que nos pareciam impossíveis antes:
cumprimentar o vizinho, o balconista do mercado local, assumir posições de
liderança em nossas comunidades, participar de eventos sociais com pessoas que
não sabem que somos adictos, e não nos sentirmos “menores”.
De
fato, provavelmente olhávamos com desprezo para estas iniciativas no passado,
porque não nos sentíamos capazes de nos adequar; mas, agora sabemos que isso é
possível, tornamo-nos acessíveis. As pessoas podem até procurar nossas opiniões
e conselhos profissionais. Quando pensamos no nosso passado e no quanto a
recuperação trouxe para nossas vidas, só podemos ficar repletos de gratidão. A
gratidão se transforma na força que sustenta tudo o que fazemos. Nossa própria
vida pode ser a expressão da nossa gratidão. Tudo depende da maneira como
escolhemos viver.
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