Adicção, A.A., N.A., Doze Passos, Reflexões, Literatura, Clínica, Comunidade, Espiritualidade

TEMAS SOBRE ALCOÓLICOS E NARCOTICOS ANONIMOS, DOZE PASSOS, REFLEXOES, CLINICAS, COMUNIDADES, ESPIRITUALIDADE. ESPERO COM ESSAS MATERIAS, ESTAR COLABORANDO COM ALGUEM, EM ALGUM LUGAR, EM ALGUM MOMENTO DE SUA VIDA !

sábado, 3 de novembro de 2007

A Opinião Médica sobre AA

A OPINIÃO MÉDICA SOBRE A SOCIEDADE DE A A.

Nós, que pertencemos a Alcoólicos Anônimos, cremos ser de interesse geral, saber qual a opinião médica sobre o plano de recuperação exposto em nossas salas e nossas literaturas. Certamente não poderia haver testemunho mais convincente do que o dos homens de ciência, que têm tido a experiência de atender aos pacientes e ver os sofrimentos de muitos de nossos membros e os têm visto recobrar a saúde. Eis o que disse o médico-diretor de um grande hospital para recuperação de viciados em álcool e em drogas, em carta escrita especialmente para os alcoólicos anônimos.
Por muitos anos tem sido minha especialidade o trabalho do alcoolismo.
Em fins de 1934 atendi a um paciente que, apesar de ter sido um homem de negócios muito bem sucedido, era um alcoólatra do tipo que eu considerava irremediável.
Durante o seu terceiro tratamento, ocorreram-lhe certas idéias sobre um possível método de recuperação como parte inicial de seu programa de reabilitação, começou a expor os seus conceitos a outros alcoólatras, convencendo-os de que, por sua vez, fizessem o mesmo com terceiros. Essa se tornou a base de uma fraternidade que se tem desenvolvido rapidamente. Parece que este homem, e mais de cem outros, se recuperaram.
Conheço pessoalmente muitos casos desse tipo, para os quais outros métodos fracassaram completamente.
Estes fatos parecem ser de grande importância para a medicina e, dadas as possibilidades extraordinárias de crescimento rápido dessa associação, talvez estejamos assistindo ao momento precursor de uma nova era os anais do alcoolismo, pois é possível que esses homens tenham o remédio adequado para milhares de casos semelhantes.
Pode-se ter absoluta confiança em qualquer testemunho dos Alcoólicos Anônimos sobre eles mesmos.
Há muito tempo, nós, médicos, nos capacitamos de que certa forma de psicologia moral é de necessidade vital para os alcoólatras, porém, sua aplicação apresentava dificuldades que iam além de nossas concepções sobre a matéria. Não obstante nossas normas ultra modernas e nosso usual contato científico com todas as coisas, cremos não estarmos bem equipados para aplicar aquelas forças dobem que estão fora de nosso conhecimento sintético.
Anos atrás, um hoje membro de Alcoólicos Anônimos e por indicação desta sociedade, esteve internado no meu hospital, e ali, durante sua permanência, lhe ocorreram certas idéias que pôs imediatamente em prática.
Pediu que lhe outorgássemos o privilégio de contar sua história a outros pacientes do hospital, no que consentimos, embora contrariados. Acompanhamos de perto alguns casos, cujos resultados foram interessantíssimos. O espírito de desprendimento desses homens que não têm o menor resquício de egoísmo e que se solidarizam espiritualmente é, em verdade, motivo de inspiração para nós, que temos trabalhado exaustivamente no problema do álcool. Têm eles grande confiança em si mesmos e maior ainda no poder que arranca os alcoólatras das garras da morte.
Desde logo, para que as medidas psicológicas possam redundar em máximo benefício, é preciso tirar do alcoólico a desesperante ansiedade pela bebida, o que às vezes, requer um período longo de hospitalização.
Os alcoólatra, uma vez formado o hábito, percebem que não podem deixá-lo, perdem a confiança própria, desajustam-se socialmente, e se vêem anuviados pelo acúmulo de problemas que o cercam e que se tornam cada vez mais difíceis de resolver.
Raras vezes bastará um bom conselho; não importa quão veemente e emocionante seja. A mensagem que consegue interessar e provocar reações nos alcoólicos terá que ser de extrema profundidade. Em quase todos os casos deve alicerçar-se em um Poder superior a eles mesmos, pois se trata de reconstruir suas próprias vidas.
Quem acreditar que nós, psiquiatras, dirigentes de um hospital para alcoólicos, estejamos sendo algo sentimentais, que venha conosco por breves instantes à zona de combate, para constatar as tragédias que rodeiam a vida desses seres, com suas esposas desesperadas e filhos atribulados. Ao imaginar que a solução desses problemas faz parte da vida diária do médico e é um motivo de preocupação permanente para ele, até o mais cético deixará de assombrar-se de que tenhamos acatado e estimulado o movimento de Alcoólicos Anônimos.
Com tantos anos de experiência, entendemos que nunca houve nada que contribuísse tanto para a reabilitação de alcoólatras como o movimento fraternal que entre eles de desenrola.

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