Entrevistador: Antonio Moura.
Entrevistado: (anônimo) Membro de AA. (autorizou a divulgação)
Pergunta: Qual é sua visão sobre a importância do quarto passo?
A criação nos deu os instintos por alguma razão. Sem eles não seríamos seres humanos completos.
Contudo, estes instintos, tão necessários para nossas existências, freqüentemente excedem bastante suas funções específicas e insistem em dirigir nossas vidas. Assim, eles nos tiranizam, causam grandes problemas. Acabam por tornar-se de necessários à nossa sobrevivência, em empecilhos físicos e mentais.
Descobrir exatamente como, quando e onde nossos desejos naturais nos deformaram é o objetivo do quarto passo.
Os alcoólicos deveriam ser capazes de perceber que os instintos desenfreados representam a causa básica de suas bebedeiras destrutivas. Temos nos embriagado para afogar nossos sentimentos de medo, frustração e depressão. Temos nos embriagado para fugir do sentimento de culpa causado por nossas paixões. Temos nos embriagado pela vangloria, para melhor desfrutar sonhos absurdos de ostentação e poder. Não é agradável olhar esta perversão doentia da alma. Os instintos aliados impedem a investigação e se torna mais fácil nos apegarmos a desculpas para evitar o inventário. Nossos problemas e ansiedades atuais, dizemos, são causados pelo comportamento de outras pessoas que realmente precisam fazer um inventário moral. Acreditamos firmemente que, se elas nos tratassem melhor, não teríamos problemas. Nós não somos os culpados. São elas.
A maioria dos membros de Alcoólicos Anônimos sofreu severamente por causa da autojustificação, na época das bebedeiras. Para a maioria essa escapatória foi a criadora desculpa. Para beber, e para todo tipo de comportamento louco e prejudicial. Precisávamos beber porque no emprego éramos grandes êxitos, ou fracassos funestos; porque as coisas andavam mal ou andavam bem; em casa nos sufocavam com amor ou porque não nos davam amor algum; porque o nosso time ganhou ou porque o nosso time perdeu. E assim por diante, sem fim.
Eram as “circunstancias” que nos faziam beber e como não as controlássemos, nos tornamos alcoólicos. Nunca nos ocorreu que precisávamos mudar a nós mesmos para que nos ajuntássemos às circunstancias, fossem quais fossem.
Em Alcoólicos Anônimos aprendemos que cada vez que bancávamos “os tais”, atraíamos os outros contra nós. Geralmente demorava bastante para percebemos como as nossas emoções descontroladas nos vitimavam. Notávamos logo nos outros, mas só vagarosamente em nós.
Sem duvida, o depressivo e arrogante são personalidades extremas, tipos que Alcoólicos Anônimos e o mundo inteiro possuem em abundancia. Alguns estão até enquadrados nos dois tipos.
Quais são seus defeitos de caráter? Encontrando-os, deve seguir em frente com a nova confiança de que, finalmente está no caminho certo.
Devemos concordar que há bastante de errado em nós alcoólicos, havendo muito a que fazer se esperamos conseguir a sobriedade, o progresso e a verdadeira capacidade de enfrentar a vida.
Para evitar cair em confusão sobre os nomes que deveríamos dar a estes defeitos, tomemos uma relação, universalmente reconhecida, das principais falhas humanas, os sete pecados capitais: orgulho, avareza, luxuria, ira, gula, inveja e preguiça.
Todas estas falhas geram o medo, uma doença da alma em si. Então o medo, por sua vez, gera mais defeitos de caráter. Os medos sem qualquer sentido são cupins que, incansavelmente, devoram os alicerces da vida que tentamos construir.
Uma vez que nos sentimos inteiramente dispostos a inventariar a nossa vida e nos esforçamos para fazê-lo minuciosamente, uma luz maravilhosa cai sobre esta cena nebulosa. Ao persistirmos, nasce um tipo de confiança totalmente novo, e é indescritível a sensação de alivio ao nos encararmos finalmente. Estes são os primeiros frutos do quarto passo.
Disposto agora a iniciar a busca de seus próprios defeitos, perguntará “por onde começo? Como devo fazer para levar a bom termo um inventário de mim mesmo?”.
Usando seu melhor bom senso sobre o que tem sido errado, poderá fazer um exame geral de sua conduta no que tange a seus instintos primários de sexo, segurança e vida social.
Todos os alcoólicos que beberam até perder seus empregos, suas famílias e seus amigos, precisarão reinquirir-se impiedosamente para determinar até que ponto seus defeitos de personalidade demoliram sua segurança.
É por causa de nossas relações deturpadas com parentes, amigos e a sociedade que muitos de nós sofremos mais. Temos sido por demais obtusos e teimosos nestas relações. O fato principal que deixamos de reconhecer é a nossa incapacidade total de manter uma verdadeira intimidade com outro ser humano. Nossa egomania cava duas armadilhas desastrosas. Insistimos em dominar as pessoas que conhecemos, ou dependemos demais delas. Se nos apoiamos demasiadamente nas pessoas, mais cedo ou mais tarde nos decepcionarão, pois também são humanos e não podem absolutamente satisfazer as nossas exigências incessantes. Assim, nossa insegurança cresce e se inflama. Quando tentamos, habitualmente, manipular os outros para que cumpram nossas teimosas vontades, revoltam-se e resistem fortemente. Então, deixamos crescer os sentimentos feridos, a mania de perseguição e o desejo de retaliação. Conforme redobramos nossos esforços para controlar, e continuamos fracassando, nosso sofrimento torna-se agudo e constante.
Em nenhuma ocasião procuramos ser um membro da família, um amigo entre amigos, um colega entre os outros, ou um membro útil da sociedade. Sempre nos esforçamos para chegar até o topo do morro, ou então para nos escondermos à sombra dele. Da verdadeira fraternidade pouco conhecíamos.
Alguns podem achar que sua história não foi tão ruim na superfície. Mas freqüentemente ficamos embaraçados ao descobrir que isto se deve simplesmente ao fato de havermos enterrado tais defeitos no mais profundo de nós mesmos, debaixo de grossas camadas de autojustificação. Sejam quais forem os defeitos, acabaram por nos emboscar no alcoolismo e na miséria.
Portanto, minuciosamente deveria ser o lema quando se trata de um inventário. Neste sentido, é sábio escrevermos nossas perguntas e respostas. Servirá como ajuda aos pensamentos claros e á avaliação honesta. Será a primeira indicação tangível de nossa total disposição de tocar em frente.
Contudo, estes instintos, tão necessários para nossas existências, freqüentemente excedem bastante suas funções específicas e insistem em dirigir nossas vidas. Assim, eles nos tiranizam, causam grandes problemas. Acabam por tornar-se de necessários à nossa sobrevivência, em empecilhos físicos e mentais.
Descobrir exatamente como, quando e onde nossos desejos naturais nos deformaram é o objetivo do quarto passo.
Os alcoólicos deveriam ser capazes de perceber que os instintos desenfreados representam a causa básica de suas bebedeiras destrutivas. Temos nos embriagado para afogar nossos sentimentos de medo, frustração e depressão. Temos nos embriagado para fugir do sentimento de culpa causado por nossas paixões. Temos nos embriagado pela vangloria, para melhor desfrutar sonhos absurdos de ostentação e poder. Não é agradável olhar esta perversão doentia da alma. Os instintos aliados impedem a investigação e se torna mais fácil nos apegarmos a desculpas para evitar o inventário. Nossos problemas e ansiedades atuais, dizemos, são causados pelo comportamento de outras pessoas que realmente precisam fazer um inventário moral. Acreditamos firmemente que, se elas nos tratassem melhor, não teríamos problemas. Nós não somos os culpados. São elas.
A maioria dos membros de Alcoólicos Anônimos sofreu severamente por causa da autojustificação, na época das bebedeiras. Para a maioria essa escapatória foi a criadora desculpa. Para beber, e para todo tipo de comportamento louco e prejudicial. Precisávamos beber porque no emprego éramos grandes êxitos, ou fracassos funestos; porque as coisas andavam mal ou andavam bem; em casa nos sufocavam com amor ou porque não nos davam amor algum; porque o nosso time ganhou ou porque o nosso time perdeu. E assim por diante, sem fim.
Eram as “circunstancias” que nos faziam beber e como não as controlássemos, nos tornamos alcoólicos. Nunca nos ocorreu que precisávamos mudar a nós mesmos para que nos ajuntássemos às circunstancias, fossem quais fossem.
Em Alcoólicos Anônimos aprendemos que cada vez que bancávamos “os tais”, atraíamos os outros contra nós. Geralmente demorava bastante para percebemos como as nossas emoções descontroladas nos vitimavam. Notávamos logo nos outros, mas só vagarosamente em nós.
Sem duvida, o depressivo e arrogante são personalidades extremas, tipos que Alcoólicos Anônimos e o mundo inteiro possuem em abundancia. Alguns estão até enquadrados nos dois tipos.
Quais são seus defeitos de caráter? Encontrando-os, deve seguir em frente com a nova confiança de que, finalmente está no caminho certo.
Devemos concordar que há bastante de errado em nós alcoólicos, havendo muito a que fazer se esperamos conseguir a sobriedade, o progresso e a verdadeira capacidade de enfrentar a vida.
Para evitar cair em confusão sobre os nomes que deveríamos dar a estes defeitos, tomemos uma relação, universalmente reconhecida, das principais falhas humanas, os sete pecados capitais: orgulho, avareza, luxuria, ira, gula, inveja e preguiça.
Todas estas falhas geram o medo, uma doença da alma em si. Então o medo, por sua vez, gera mais defeitos de caráter. Os medos sem qualquer sentido são cupins que, incansavelmente, devoram os alicerces da vida que tentamos construir.
Uma vez que nos sentimos inteiramente dispostos a inventariar a nossa vida e nos esforçamos para fazê-lo minuciosamente, uma luz maravilhosa cai sobre esta cena nebulosa. Ao persistirmos, nasce um tipo de confiança totalmente novo, e é indescritível a sensação de alivio ao nos encararmos finalmente. Estes são os primeiros frutos do quarto passo.
Disposto agora a iniciar a busca de seus próprios defeitos, perguntará “por onde começo? Como devo fazer para levar a bom termo um inventário de mim mesmo?”.
Usando seu melhor bom senso sobre o que tem sido errado, poderá fazer um exame geral de sua conduta no que tange a seus instintos primários de sexo, segurança e vida social.
Todos os alcoólicos que beberam até perder seus empregos, suas famílias e seus amigos, precisarão reinquirir-se impiedosamente para determinar até que ponto seus defeitos de personalidade demoliram sua segurança.
É por causa de nossas relações deturpadas com parentes, amigos e a sociedade que muitos de nós sofremos mais. Temos sido por demais obtusos e teimosos nestas relações. O fato principal que deixamos de reconhecer é a nossa incapacidade total de manter uma verdadeira intimidade com outro ser humano. Nossa egomania cava duas armadilhas desastrosas. Insistimos em dominar as pessoas que conhecemos, ou dependemos demais delas. Se nos apoiamos demasiadamente nas pessoas, mais cedo ou mais tarde nos decepcionarão, pois também são humanos e não podem absolutamente satisfazer as nossas exigências incessantes. Assim, nossa insegurança cresce e se inflama. Quando tentamos, habitualmente, manipular os outros para que cumpram nossas teimosas vontades, revoltam-se e resistem fortemente. Então, deixamos crescer os sentimentos feridos, a mania de perseguição e o desejo de retaliação. Conforme redobramos nossos esforços para controlar, e continuamos fracassando, nosso sofrimento torna-se agudo e constante.
Em nenhuma ocasião procuramos ser um membro da família, um amigo entre amigos, um colega entre os outros, ou um membro útil da sociedade. Sempre nos esforçamos para chegar até o topo do morro, ou então para nos escondermos à sombra dele. Da verdadeira fraternidade pouco conhecíamos.
Alguns podem achar que sua história não foi tão ruim na superfície. Mas freqüentemente ficamos embaraçados ao descobrir que isto se deve simplesmente ao fato de havermos enterrado tais defeitos no mais profundo de nós mesmos, debaixo de grossas camadas de autojustificação. Sejam quais forem os defeitos, acabaram por nos emboscar no alcoolismo e na miséria.
Portanto, minuciosamente deveria ser o lema quando se trata de um inventário. Neste sentido, é sábio escrevermos nossas perguntas e respostas. Servirá como ajuda aos pensamentos claros e á avaliação honesta. Será a primeira indicação tangível de nossa total disposição de tocar em frente.
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