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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Comportamentos de vício

DOMINANDO O VÍCIO.

O vício começa quando buscamos a coisa certa que é nosso prazer, no lugar errado. O vicio nada mais é do que um substituto degradante para a verdadeira experiência de alegria.
Nem só de pão vive o homem. Esta metáfora aparece tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento. Isto é: temos na vida outras necessidades além da satisfação das nossas necessidades materiais. A satisfação espiritual é apresentada como uma necessidade fundamental da vida, comparável à necessidade de comida. Precisamos “alimentar” a alma a fim de sobreviver.
Em todas as culturas e épocas os homens sentiram a necessidade de uma experiência estática, de alegria que transcende a realidade cotidiana. Dostoievski afirma que as pessoas precisam de três experiências de uma sociedade a fim de ficarem satisfeitas: os milagres, o mistério e a orientação espiritual.
O viciado, talvez, acredite que possa ter acesso aos milagres e o mistério através do vício, e essa perspectiva é ainda mais sedutora na ausência de uma orientação para o espírito. Reconhecemos que há um vácuo espiritual e que um grande número de reações e anseios espirituais, assumem uma forma material (ex. sucesso nos negócios).
O álcool, as drogas e o comportamento sexual perigoso são essencialmente reações materiais a uma necessidade que não possui realmente uma base física.
Cada vez que uma meta material (progresso, conforto) é atingida, há menos esperança e um propósito cada vez menor.
As pessoas procuram evitar a dor e sentir prazer. Se perdermos o contato com nossas fontes internas de alegria, se a felicidade que se origina fora de nós mesmos é a única que conhecemos, então essa é a experiência que iremos buscar em nós. Dependendo das circunstâncias, esse empreendimento pode ser positivo e proveitoso. Lamentavelmente, esse também pode se manifestar como o vício em suas múltiplas formas.
Vivendo num mundo de dor e violência, uma pessoa poderá encontrar um tipo de escape que lhe proporcionará prazer. A repetição dessa escolha se transforma em necessidade e compulsão.
Na vida de certas pessoas altamente emocionais, existe sempre uma experiência que passa a dominar todas as ações futuras enquanto o indivíduo se esforça para recriar a simulação externa desse momento único. Esta é a descrição do comportamento do vício.
Depois de praticarmos uma ação específica, ela é permanentemente grava no nosso ser, junto com seus componentes igualmente duradouros da memória e do desejo. Para tudo o que dizemos, falamos ou pensamos, uma tríade (ação –memória –desejo) é codificada em nossas mentes, e esse código simplesmente não pode ser apagado.
Não devemos tentar “nos livrar” das memórias e desejos subjacentes ao comportamento do vício. Devemos nos concentrar em criar sentimentos novos e altamente positivos que ofusquem os impulsos destrutivos do vício e os tornem impotentes.
Uma verdadeira camada de problemas mentais, físicos, espirituais e emocionais, isola o viciado do mundo exterior e de suas verdadeiras necessidades e sentimentos.
A memória da perfeição interior, uma vez redesperta, gera um desejo mais forte do que o vício em si. É o alerta espiritual. É possível recorrer à experiência da alegria que ainda está disponível.
É preciso que se conheça a experiência do verdadeiro prazer para poder renunciar as sensações dos comportamentos de vício. E o primeiro passo em direção ao conhecimento da alegria é simplesmente conhecer a si mesmo. O bem estar mental, físico e espiritual é o mesmo que alegria.

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